quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Hámanhã...

ter que contar pra alguém
e não ter com quem contar
conto um conto ao mundo
o lúdico ludibria a poesia
poesia se faz confidente
leitor logo se faz desatento
poeta se faz de bobo e...
tudo em seu devido lugar
lugar ao sol lugar qualquer
pra onde voam pensamentos
chuvas de decisões prévias
tempestades de puro porvir
coisas que só eu mesmo sei

alex avena

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

verão

penduradas em cabides
emoções sequenciadas
perfilando feridas recentes
com cicatrizes passadas.
um closed de memórias
que não doarei a ninguém
quando o inverno passar

alex avena

sábado, 31 de outubro de 2015

nós

nós que amarramos.
apre(e)ndemos o laço.
nós que nos prendem
e voltamos a nós...
que preso estamos.
livres porém sós!
S.O.S. em braile
de bailar os dedos
percorrendo a calva.
acalma-te e escuta!
digitais sobre ideias,
emaranhado de nós.

alex avena

re(A)mando

dentre todos os motivos
apenas um me paralisou.
foi ele o culpado por mim:
amor demais, amada amiga!
esposa minha verso meu.
a paz do dormir sorrindo,
acordar, e, voltar a sorrir...
mesmo quando o chão
se consome por traças
trapaças, carapaças...
tudo passa . e se passa
mas teu amor, minhamada,
é correnteza de rioacima!
que impulsiona o querer
ainda que tudo diga não.

alex avena

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

eco

noções são nocivas
sensorialmente nulas
quando forte te vês
e fraco te encontras.
é como se fosse nuvem
ou alguma bolha e ploft
estouro de boiagua!
pinga pinga pinga . . .
sequer molha o seco
seca a fonte vida esvai
vaia o mundo e se cala
esperando o eco voltar.
re-volta-te a encontrar
o "ponto g" da direção
rumo às tuas palavras
retornando às origens
marco zero da alquimia
transformar-se a ponto
de ver-sar-se no espelho

alex avena

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

palmas aos cães

não não foi assim
foram teus olhos
que ante a existência
do caos rotineiro
quiseram reproduzir
ordem e progresso
no emaranhando céu
de estrelas decadentes
que pintaram na TV.
quatro cores e a pergunta 
à querida mãe gentil:
pátria suja e imaculada
um dia foste Brasil?

alex avena

domingo, 13 de setembro de 2015

avoardor

voos e venhamos
antes de escurecer
vamos e voemos
a vida imensa vida

especulando rastros
memórias do amanhã
algo qualquer que seja
surpresas e nada mais

um teco de alegria
retirado da esperança
que sem reclamar
sorriu emotivamente 

o riso outrora perdido
surge na face e olhos
para voar outra vez
ante ao dia que vem

alex avena

domingo, 23 de agosto de 2015

mentira

gato por lebre
no pós euforia
o rato faz festa
garimpa restos
partilha a mesa
propina proposta

se faz de cão
late ao mundo
e ninguém sabe
, ao certo, o que
fará de vez
"boi sonso" dormir

conversa fiada
com alto custo
paga a prazo
tudo mentira
gente iludida
sabe-se lá

alex avena

sábado, 25 de julho de 2015

são assim

demostram entendimento
a trotar na areia soberbos
cavalgando puro sangue
com pegadas de jumento
sempre nos achincalham
zombeteiros prosseguem
e na lama de sua maldade
se embebedam e encalham

fim

alex avena

domingo, 12 de julho de 2015

sobre hoje a noite

tanta estrela pra te contar
todo mar e tudo o que virá
essa poeira toda da vida
imensidão e infinitude
o algo a mais requerido
ir além e bem lá de longe
te gritar no eco do abismo
enquanto dormes eu aqui
driblando sono e carneiros
desses que não se conta
se une e toma mais uma
enquanto Seu Dia não vem

alex avena

sábado, 6 de junho de 2015

fragmentos

de onde vim
por onde passei
seria eu trajetória
rumo à tragédia
mas sou história 
tipo tragicomédia
de plebeu a rei
pedaços de mim

alex avena

sábado, 23 de maio de 2015

é ela

dias passam
ela embeleza
em cada poro
tudo é sorriso
tom de alegria
ela que é meu
oásis / paraíso
o querer-te vida
dia após dia...
o desejar a paz
sossego juízo
sorte minha
emana dela
coisa nossa
a tal felicidade

alex avena

quinta-feira, 16 de abril de 2015

. de vista

muta o mundo,
nada a declarar!
silêncio profundo...
... cansou de falar
por um segundo
parou pra pensar:
mundo imundo
ainda assim é lar!
e ter onde morar,
nobre Raimundo,
bem lá no fundo
é ter onde reinar.

alex avena

quarta-feira, 8 de abril de 2015

pendente

que coisice
essas coisas
traços traças
troços troças
achincalhando
antes e agora
não o amanhã
não mais não
a mim fadado
fardo louvável
puto com fatos
os putrefatos
dentre outros
imensuráveis
tido pelo todo
sinapse catarse
tédio que pende
à loucura final
tragicomédias
humanos sós

alex avena

quinta-feira, 26 de março de 2015

pão nosso

todo esse arquétipo
e o coração em brasas
fôlego que sempre falta
sopro que a vida sopra
fogo que a alma afoga
ser em si, só, sovado
pão deixado de lado
descansa pra crescer
cresce e enfim... fuga.

alex avena

sexta-feira, 20 de março de 2015

renovado

dedico em parte
querer e descarte
na superfície vazia
certo que eu veria
aquilo virando arte
dia e noite e dia

alex avena

quinta-feira, 12 de março de 2015

sei lá

é mais ou menos isso,
não sei bem ao certo,
veio assim e...entende?
mas nada posso dizer
antes que compreenda
cada ínfimo detalhe
dessa coisa toda aí
chamada de vida...

alex avena

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Sede

Milhares de gotas caem nesse solo
Seco que não nutre semente, grão
Que da árida terra só quer o colo.
O ato que ata em si a fé e a razão.

Há sim precisão! O que há noutro polo?
Prece pela chuva pra que o patrão
(aquele pra quem todo dia esmolo
um cântaro de água, restos de um pão),

Erga com seu lucro um novo galpão.
Outro onde produzo e nada controlo
Vendo passar mais um seco verão.

Quanto a isso não me queixo ou amolo,
Nem finco meus pés de sonho no chão.
Viro também chuva e depois decolo.

Alex Avena

sábado, 14 de fevereiro de 2015

tiro no pé

há precisão pra tudo isso?
mensurar a imensidão
do omisso e seu seco pomar
de ação que para si é viço
gorjear a ausência....canção
disso que nos faz vislumbrar
a omissão sangrar o omisso.

alex avena

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Ínterim

No túmulo de meu pai
Ouvi valorosos conselhos
Que outrora não houvera
Furtou-me a melodia um "ai"
E num labirinto de espelhos
Por ora pensei que pudera
Adentrar a lágrima que cai,
Dos tristes olhos vermelhos,
Evaporar-me a ti...quem me dera

Alex Avena

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Incomum

De certa forma
o que me convém
é o que também
me deforma.

Alex Avena

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Porto seguro

Transcrevo, por ora,
as coisas temporais
que reflito agora
em meio aos vendavais.

Reflexo da paz
que vem sem demora
e sempre nos traz
certeza, embora,

a chuva lá fora
me prenda num cais
(com quem me adora).

Ela que me faz
lembrar-me de outrora,
querer sempre mais...

Alex Avena

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

| entre |

recomêço.
méço!
I   I   I   I   I
merêço?
recoméço.

alex avena

mudo, nada muda

sinto-me esquisito
sintomas visíveis
me deixam aflito
dores previsíveis

o homem é mito
tipo o "seis seis seis"
é puro conflito
as vezes não, talvez

é o dito ou não dito
que me traz rigidez
mediante um conflito

se me calo, eu grito
e sem mais porquês
gente, eu me demito!

alex avena

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

recomeçorecomeço

remoção da incoerência.
incerteza de ter em si,
ainda, aquela inocência
dos caminhos que percorri.

ausência daquela coisa boa
que chamamos de amizade,
coisa essa que vai e voa,
deixando-nos só, saudade...

destino meu, escolha minha!
quem sabe capricho ou sorte?
escrito em linha e entrelinha
ora um cais outra um forte.

portanto, em nada te impeço.
quero ter-te em mim, recomeço.
sendo assim por ti recomeço...
em teus versos me reconheço.

alex avena

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Tão só mente

Pensar em ser humano é desperdício!
Sejamos gato ou rato simplesmente.
Ser gente é muito mais que um mero ofício,
É a arte de fingir pra outro que mente...

Comer, beber e amar é sacrifício?
Pare pra analisar e tão somente
Verás um mundo vazio, orifício,
Por onde entra o caos e a semente

Do mal a te levar ao fictício.
O lugar onde o ser é meramente
Uma ovelha pronta pro sacrifício

A espera pra pular de um edifício,
Ser vil, só mais um louco inconsequente
Fazendo de sua vida um desperdício.

Alex Avena

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

infinito

observando
um pedaço
ínfimo do céu,
me perdi...
entre estrelas
e aquilo que
quisera eu
ter voado
um dia...

alex avena

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

o que sei

alma rígida
labirinto e fim.
fração do saber
que me foi dado.
da mesma moeda
percebo seis lados
como um algorítimo
(talvez um teorema)
que me livre da sorte
mãe dos imprudentes.
impetuoso vou e poeto
em segredo segrego-me
das letras, formas e livros
que me foram escondidos
por toda vida de feliz bufão
que não possuíra um vintém.
na calada estridente das noites
orava eu, baixinho: carpe noctem!
via percorrer em mim arrepios
mais valiosos que, hoje sei,
o conhecimento humano
das vãs repetições.... ....
vão entre o homem
e o Deus criador
que lhe deu vida,
entre a verdade
a nós inventada
e aquela na pele
apre(e)ndida

alex avena

domingo, 4 de janeiro de 2015

É tempo

Se fôra, fôra e não mais
A vida é feita de escolhas
Abertas com saca rolhas
Rastros deixados pra trás

Quem pensa que não as faz
Passa a viver como em bolhas
Suscetíveis como folhas
Voando em busca de paz

Sabe-se que o tempo é fugaz
Como corujas zarolhas
À noite sempre se refaz

Um algoz que não se compraz
Ainda que tu te recolhas
Em teus velhos "uis" e "ais"

Alex Avena

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

impossível

de todos os  poemas em mim
há os que ainda não fui
que me furtam que me fartam
que me afligem que me afetam

mas de todos os que aguardo
como uma mãe estando a parir
é aquele onde me liberto do vício
de sentir amor e colher saudade

alex avena