Milhares de gotas caem nesse solo
Seco que não nutre semente, grão
Que da árida terra só quer o colo.
O ato que ata em si a fé e a razão.
Há sim precisão! O que há noutro polo?
Prece pela chuva pra que o patrão
(aquele pra quem todo dia esmolo
um cântaro de água, restos de um pão),
Erga com seu lucro um novo galpão.
Outro onde produzo e nada controlo
Vendo passar mais um seco verão.
Quanto a isso não me queixo ou amolo,
Nem finco meus pés de sonho no chão.
Viro também chuva e depois decolo.
Alex Avena